Fortalezas de Santa Catarina podem se tornar Patrimônio Mundial
Duas das fortificações históricas catarinenses que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) administra podem se tornar Patrimônio Mundial. As Fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e de Santo Antônio de Ratones foram indicadas à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para tornarem-se Patrimônio da Humanidade. Anhatomirim está sob a gestão da UFSC desde 1979 enquanto Ratones desde 1991. A UFSC também é gestora da Fortaleza de São José da Ponta Grossa, desde 1991, mas essa fortificação não foi indicada junto com suas coirmãs. Outras 17 fortificações brasileiras também integram a lista tentativa que o Governo Federal (via Ministério da Cultura/IPHAN) apresentou à UNESCO: Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande; Forte de São João de Bertioga; Fortaleza de Santa Cruz da Barra; Fortaleza de São João; Forte de N. S. de Monte Serrat; Forte de Santa Maria; Forte de São Diogo; Forte de São Marcelo; Forte de Santo Antônio da Barra; Forte São Tiago das Cinco Pontas; Forte São João do Brum; Forte Santa Cruz de Itamaracá (Forte Orange); Forte de Santa Catarina; Forte dos Reis Magos; Fortaleza de São José de Macapá; Real Forte Príncipe da Beira; e Forte de Coimbra. As fortificações não concorrem individualmente ao título de Patrimônio Mundial, mas sim o conjunto das 19 fortificações brasileiras, em um processo de candidatura seriada.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em parceria com os ministérios do Turismo e da Defesa, realizou entre os dias 4 e 7 de abril deste ano, no Forte das Cinco Pontas (Museu da Cidade do Recife, em Pernambuco), o Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial. O objetivo do encontro foi elaborar as primeiras recomendações para a construção de uma estratégia de gestão para as 19 fortificações brasileiras indicadas a Patrimônio da Humanidade. O evento reuniu gestores de fortificações do Brasil, América Latina e Europa. A UFSC foi representada por Roberto Tonera, arquiteto da Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina.
Durante o Seminário foi elaborado um relatório síntese contendo recomendações para a implantação de uma estratégia comum de gestão das fortificações. O documento lista também algumas ações que devem ser empreendidas pelos gestores desses monumentos, entre eles a UFSC, de forma a dotar essas fortificações das condições definidas pela UNESCO para a aprovação da referida candidatura até 2020. O encontro também resultou em uma carta compromisso, denominada Carta do Recife, assinada pelos ministros da Cultura, do Turismo e da Defesa. A carta inclui 10 diretrizes básicas a serem implementadas pelos três ministérios, juntamente com os gestores dos monumentos, visando alcançar o reconhecimento deste conjunto de 19 fortificações como Patrimônio Mundial.
Entre as deliberações do Seminário está a indicação da utilização do Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações ( www.fortalezas.org) como ferramenta de produção e difusão do conhecimento sobre as 19 fortificações indicadas. O objetivo dessa base de dados é divulgar e socializar o conhecimento sobre o patrimônio militar no mundo (fortificações existentes ou desaparecidas). Criado em 2008, o Banco de Dados Internacional é gerenciado pela UFSC e chancelado pelo International Scientific Committe on Fortifications and Military Heritage (ICOFORT) como referência internacional no campo da documentação e divulgação do patrimônio histórico militar em todo o mundo. Hoje existem disponíveis para consulta nesse Banco de Dados quase duas mil fortificações de todo o Brasil e diversos países, além de 2400 bibliografias temáticas, dentre as quais mais de 1100 delas com conteúdos integrais em PDF.
Saiba mais sobre as fortalezas sob a gestão da UFSC e demais fortificações brasileiras candidatas a Patrimônio Mundial acessando o Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações (www.fortalezas.org).
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